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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DE FALLA














Formada em Porto Alegre, RS em 1984. Diz-se que foi assim batizada em homenagem ao compositor espanhol erudito Manuel de Falla (1876-1946), mas, tendo em vista o senso de humor do líder Edu K e a influência direta de pós-punk do início da banda, tudo aponta para que DeFalla seja um trocadilho com a banda de Manchester The Fall. Com influências também de hard rock, glam rock e heavy metal e, mais tarde, flertando com música eletrônica, miami bass, funk e hardcore melódico, a banda ficou reconhecida pelas irreverentes mudanças em suas formações, seu estilo musical e sua apresentação estética. Inseriu-se no cenário do rock inicialmente no circuito alternativo de Porto Alegre e mais tarde em São Paulo e Rio de Janeiro, sendo famosas as apresentações no Circo Voador, RJ na década de 1990, onde influenciou e abriu espaço a uma geração de músicos e bandas como Pavilhão 9, Nação Zumbi, Planet Hemp, Marcelo D2 e Pato Fu.

A primeira formação do DeFalla contava com Carlo Pianta (baixo, embora seja guitarrista na Graforréia Xilarmônica), Edu K (vocal e guitarra), Biba Meira (bateria) e foi responsável pela gravação de no mínimo duas demos e uma participação na coletânea gaúcha Rock Grande do Sul (1986). Pianta deixaria o grupo pouco antes da gravação do primeiro disco, abrindo espaço para Castor Daudt (guitarra) e Flu (baixo), ambos da extinta banda Urubu Rei (do atual produtor musical Eduardo Miranda).

Pelo selo Plug são gravados os discos DeFalla (1987) e DeFalla (volume 2) (1988), quando Biba Meira deixa o grupo cedendo a bateria ao então guitarrista Castor Daudt, e Marcelo Truda (ex-Taranatiriça, banda na qual Flu e Miranda já haviam participado) assume as guitarras ao lado de Edu K, gravando o ao vivo Screw You! (1989) pela Devil Discos.

As mudanças musicais tornam-se evidentes com a guinada hard rock de Screw You!; em 1990 o DeFalla gravaria We Give a Shit pela Cogumelo Records (importante selo de heavy metal responsável pelos primeiros discos do Sepultura), com sonoridade semelhante à bandas como Anthrax e Suicidal Tendencies.

Ainda pela Cogumelo, em 1992 sai Kingzobullshitbackinfulleffect92: uma fusão de MPB com funk, rap, metal extremo, música eletrônica e outros estilos. Também marcado pela entrada de 4nazzo no cargo de guitarrista, é considerado o ápice da carreira do grupo por responder ao positivo recebimento crítico e um discreto sucesso na época.

A Revista Bizz de 92 indicaria os prêmios de Melhor Grupo ao DeFalla, Melhor Disco ao Kingzobullshitbackinfulleffect92 e Melhor Letrista e Vocalista ao Edu K, além de consideráveis posições nas categorias Melhor Música Nacional (4º lugar) e Melhor Capa (2º lugar).

Nessa época é gravado o clipe com uma curtíssima versão de "It's Fucking Boring to Death", música do DeFalla (volume 2), segundo disco da banda, que fora regravada no Kingzobullshitbackinfulleffect92.

O bom acolhimento do álbum levaria o DeFalla a participar do Hollywood Rock de 1993 ao lado de bandas como Engenheiros do Hawaii, RPM e as internacionais Red Hot Chili Peppers, Alice in Chains e Nirvana.

Logo em seguida o vocalista Edu K sai da banda e segue em carreira solo, sendo substituído por Tonho Crocco (atual vocalista da também gaúcha Ultramen). Nessa época o grupo se apresentava com o nome "D.Fhala" e lançam em 1995 o disco D.Fhala Top Hits, ficando temporariamente encerradas as suas atividades desde então.

Já sem os integrantes originais, o vocalista e fundador do DeFalla Edu K retoma as atividades do grupo em 1996, na chamada fase "Fire" ou também "Marilyn Manson", por sua estética e sonoridade exóticas. Nesta época o DeFalla adere uma maquiagem pesada, androgina e o som bastante eletrônico, semelhante ao big beat do The Prodigy e ao rock industrial de artistas como Ministry, Nine Inch Nails, KMFDM e o próprio Marilyn Manson.

A banda era formada pelo remanescente 4nazzo, o baixista "Z" e a baterista Paula Nozzari (que mais tarde integraria o Cidadão Quem).

As músicas lançadas nessa época tiveram produção e mixagem de Eduardo Marote (produziu Skank, Cidade Negra, Pato Fu) em Nova Iorque. A ideia inicial de divulgação era de que o single seria prensado de maneira alternativa ou "pirata" (como definiu o próprio Edu); apenas 1000 cópias em vinil para uso de DJs. Porém, acredita-se que o material sequer fora lançado oficialmente. Uma sessão de fotos, algumas músicas e versões demos foram disponibilizadas no site oficial da banda (atualmente fora do ar) por volta de 1998.

Entre produções inéditas, boa parte das músicas consistia em regravações de canções do DeFalla como "Não Me Mande Flores", "Screw You! (Susy Doll)", "Repelente" e "Sodomia" e covers inusitados como os de "Ray of Light" (Madonna), "That's the Way (I Like It)" (KC and the Sunshine Band), "Fire" (Jimi Hendrix) e "Raw Power" (The Stooges). Sabe-se que ao vivo foram executadas versões de algumas músicas do Bauhaus e Alien Sex Fiend.

Ao vivo a banda se apresentava com visual bastante excêntrico, usando maquiagem, vestimenta sado-masoquista e lentes de contato brancas. Musicalmente, os shows traziam sintetizadores pré-programados, além de bases de bateria eletrônica somadas à uma percussão de Paula Nozzari, que tocava de pé.

Por volta de 1998 Edu K também montou o projeto Porno Barbie Superstar, que gravou versões puramente eletrônicas de clássicos do rock.

Os próximos trabalhos definiriam-se por formações pouco sólidas, mudanças drásticas de estilo musical e estético, mas encaminhariam o DeFalla para o mainstream nunca antes conseguido, como a inclusão do grupo no ascendente cenário funkeiro carioca ao explorar o miami bass no disco Miami Rock 2000. O lançamento veicularia o hit Popozuda Rock 'n' Roll nas rádios e programas de TV de todo o país, duramente criticado por diversos fãs tradicionais da banda. As acusações apontariam que, apesar de todo seu histórico mutante, o DeFalla estaria "passando dos limites" ao aproximar-se da música comercial de maneira apelativa. Edu K justifica: "Popozuda é completamente AC/DC, se você tirar a batida. E é legal porque hoje a tocamos desse jeito, então talvez agora as pessoas possam entender porque o Miami era um disco de rock".

Mais tarde o DeFalla ainda arriscaria o glam rock e o hardcore melódico nos dois discos Superstar (lançado em 2001 e relançado em 2003) e Soda Pop (2003), este último não lançado oficialmente.

Ainda em 2004 o DeFalla retorna as palcos para um show comemorativo de 20 anos de carreira no Circo Voador com sua formação clássica (não sendo pela falta do guitarrista e baterista Castor Daudt). Contando com a participação dos guitarristas Rafael Crespo (ex-Planet Hemp) e Peu Sousa (ex-Pitty).

Em 1995, lança paralelamente ao DeFalla o primeiro disco da sua carreira solo, intitulado Meu Nome é Edu K.

Em 2000, consegue grande sucesso ao lançar o disco Gatas, Gatas, Gatas, quando grava o clipe da música homônima com a direção do Bryan Barber, que viria a trabalhar com o grupo de hip hop OutKast, na canção Hey Ya!.

Em 2007, Edu K foi convidado a relançar o CD Miami Rock 2000 em 2007 pelo selo alemão Man Recordings. O convite lhe rendeu a gravação do disco Frenétiko e mais uma série de singles, oficializando sua carreira internacional com o flerte de electro com funk carioca.

Em 2008, o músico iniciou a gravação de EPs pelo selo australiano Sweat Out, anunciando mudanças para uma sonoridade denominada "Fidget house".

Flávio Santos tem o projeto instrumental "Flu" com dois discos ...E a Alegria Continua (1999) e No Flu do Mundo (2003), lançados pela gravadora Trama. Flávio também trabalhou com Wander Wildner, se apresentando no Curitiba Pop Festival de 2004, em show de abertura para a banda Pixies. Em 2008 fundou a banda Leme junto do MC carioca "De Leve".
  • (2001) Superstar
  • (2000) Miami Rock 
  • (1999) Hot 20-De Falla
  • (1997) De Falla/It's fuckin' borin'to death
  • (1996) Raridade Plug
  • (1995) Top hits
  • (1993) Kingzobullshit
  • (1990) We give a shit (Kickin' ass for fun)
  • (1989) Screw you
  • (1988) It's fuckin' borin'to death
  • (1987) De Falla
  • (1986) Rock do Rio Grande do Sul





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